quarta-feira, 15 de maio de 2013

OU MONTAS OU FICAS APEADO


O CAVALO DA HISTÓRIA

Peça em 1 acto e dois quadros.


No Largo do Rato
 
- O que disseste sobre as pensões Tózé?
- Admiti levar o caso ao Tribunal Constitucional.
- Admitiste? Porque não afirmaste? Parece aquela vez em que te abstiveste violentamente…
- Zorrinho, que é isto que oiço? Deixaste o cavalo à solta?
- Não oiço nada Tózé.
- Mas oiço o galopar de um cavalo.
- És capaz de ter razão. Também me pareceu ouvir algo.
- Se for um bom cavalo talvez fosse melhor montá-lo. Que dizes?
- Digo que tens razão. Prepara-te.
- Mas não achas melhor pensarmos primeiro se devemos ou não levar isto ao TC.
- Isto o quê?
- Isto das pensões.
- Olha o cavalo!
- Que lindo. Correu pela avenida abaixo!

Mais abaixo na avenida, no antigo hotel Victória
 - Já vos disse estamos em condições de assumir todas as responsabilidades governativas.
- O camarada Jerónimo não se está a precipitar a dizer isso para os jornais?
- Qual precipitar, qual quê. (vê o cavalo) Olha que lindo cavalo!
- Camarada Jerónimo, e fazemos o quê com o cavalo?
- Primeiro montamos, depois logo se vê! Eta cavalinho lindo.
- Que bem que o camarada monta.
CAI O PANO
 
MORAL DA HISTÓRIA

 «Os grandes estadistas são capazes de ouvir ao longe o galope do cavalo da História e montar nele quando passa.»

Bismarck

1 comentário: