quinta-feira, 22 de maio de 2014

LISBOA, CAPITAL DA IBÉRIA

Filipe II de Espanha foi o nosso Filipe I porque de facto e de jure nunca perdemos a independência. Tínhamos o mesmo soberano mas os países não se fundiram. Não fosse a circunstância de o poder real naquele tempo ser imenso quando comparado ao da actual soberana inglesa e diria que a nossa situação era semelhante a um Canadá ou a uma Austrália. Filipe II abandonou Sevilha e fundou capital em Madrid e em Lisboa, que o recebia sempre com grande solenidade, pompa e festa.
Procissões, arcos do triunfo engalanados, vestes de brocado, passeios no rio e touradas ali ao terreiro do Paço, tudo para encantamento de Filipe que vinha de um pequeno lugarejo, sem graça e sem gentes, onde fizera a sua principal residência: Madrid. Também é certo que ninguém o mandou abandonar Sevilha, muito mais alegre e prazenteira, mas fico-me por aqui que aquele nome andaluz não é bem visto pelas bandas da 2ª circular.
Madrid vem de novo a Lisboa e até traz o rei e, por supuesto, a rainha. E de novo o Tejo se enfeita porque Lisboa, por um dia que seja, será a capital das Espanhas, a capital da Ibéria. Sejam muito bem vindos e que ganhe o mais português dos clubes madrilenos.

“El Puerto” do 1º livro da suite Ibéria de Isaac Albeniz


2 comentários:

  1. Muito provocador, mas está bem um bocado de História não faz mal a ninguém, então quando é para virem gastar dinheiro neste lugarejo, sejam benvindos

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    1. O lugarejo era Madrid que durante muito tempo, para além da corte, mais nenhuma actividade de realce tinha. Lisboa daqueles tempos, comparada com aquela Madrid, era uma animação, por isso Filipe II adorava as temporadas que passava em Lisboa.

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