Sempre entendi que estudar os gregos era
tarefa indispensável a quem quisesse perceber o mundo que nos rodeia. A recente
vitória do Syriza veio confirmar a minha tese. A par de Sófocles e de Homero
tem a história grega actual muito que nos ensinar. Desde logo a rapidez com que
se demite um parlamento e um governo, fazem-se eleições e dá-se posse a um novo
governo. Não chegou a perfazer um mês. Se aprendêssemos como se faz, talvez que
o caso da Madeira não se arrastasse por três meses como tudo indica que
acontecerá.
Outro ensinamento é como acabar com os
partidos do arco da governação. Dizem os
que não fazem parte do tal arco que a
culpa é desses partidos que se substituem uns aos outros na dança dos governos.
Não se atrevem a dizer que a culpa é do eleitorado mas é o que lemos nas
entrelinhas. Fizessem como o Syriza, isto é, apresentassem ao eleitorado uma
vontade firme em querer ser governo e o eleitorado talvez partisse o tal arco
como fez na Grécia.
Mas não somos a Grécia. Os partidos de
fora do arco da governação preferem a
comodidade da oposição e nunca mostraram disposição para serem governo, e o
eleitorado sabe-o bem!
Não foi por acaso que Ulisses fundou
Lisboa. Só lhe aprendemos as manhas!