Em 1948 a
OMS passou a incluir na lista de doenças a homossexualidade, como personalidade
patológica, apesar de Freud. Até aí todos fugiam à polícia que era quem usava
os métodos profiláticos para o caso. Tinha Gentil Martins 18 anos.
Em 1952,
a Associação Americana de Psiquiatria considerava a homossexualidade como uma
desordem, apesar de Freud. Era uma opinião dos psiquiatras, como são, em regra,
as conclusões dos psiquiatras, opiniões, apesar de Freud ter opinião contrária.
Tinha Gentil Martins 22 anos e ainda não opinava.
Em 1965 a
OMS tirou-a de personalidade patológica e transitou-a para desvio e transtorno
sexual. Uma questão de design, talvez. Vivíamos em plena revolução sexual e
cantávamos todos em coro com os Rolling Stones I can’t get no satisfaction. Todos doidinhos, está bem de ver. Tinha
Gentil Martins 35 anos.
Em 1973 a
Associação Americana de Psiquiatria, deu o dito por não dito, e retirou-a da lista
das desordens mentais. Tinha agora outra opinião, dizia-se, e o jornalista
Guilherme de Melo suspirava de alívio, e não só, a entrevistar os soldados na
guerra colonial. Tinha Gentil Martins 43 anos.
Em 1977 a
OMS ainda a incluía na lista de doenças como doença mental, apesar da opinião
contrária dos psiquiatras, mas nós, que já éramos, a maioria, uns homenzinhos e
umas mulherzinhas, na loucura da liberdade sexual, marimbávamos para as listas
da OMS que nem sabíamos existir. Tinha Gentil Martins 47 anos.
Em 1990 a
OMS retirou-a da lista das doenças, depois de muita pressão, assim a modos que
a pedido de várias famílias. Tinha Gentil Martins 60 anos, e tinha mais que
fazer do que estar atento às listas da OMS.
É Gentil Martins quem tem de se sentar no banco dos réus por manter a mesma
opinião que os psiquiatras, sem qualquer sustentação científica e contrariando
o seu mestre, declaravam em 1952?
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